Quebra de braço gestor x conselho deliberativo perto do fim e um conselheiro quebra o silêncio criticando o próprio poder e questionando atual presidente do Clube
Por Redação Rádio Via 5
Conselheiros alvinegros estão em constantes reuniões / Foto Divulgação
“Ele não tem a menor condição de continuar na presidência do Americano.” Afirmação é de um conselheiro que falou à reportagem sob a condição da preservação do seu nome. Ele faz críticas ao conselho deliberativo do clube que poderia ter tomado atitude antes, dentro do Estatuto quando o presidente Tolentino Reis cometeu uma série de equívocos. Destaca também que o presidente apresenta uma conta de quase 5 milhões de reais, depois de uma quase queda inédita à Terceira Divisão.
Essas afirmações dão o tom perfeito do atual momento do maior clube do interior do Estado do Rio de Janeiro. O outrora organizado e que internamente resolvia suas crises vê-se numa situação inédita de recurso à justiça comum, que na semana passada proibiu uma reunião que trataria do impeachment do atual gestor, que instado não apresentou defesa robusta, mas mesmo assim alegou ao juízo da 1ª Vara Cível a alegação de que não teve chance à ampla defesa.
O conselheiro que quebrou o silêncio, afirma que respeita a condução dos problemas do clube que têm que ser resolvido como sempre foi, na mesa, através do diálogo respeitoso e sem qualquer tipo de exagero. Para ele, o gestor foi omisso durante a campanha do time no ano passado em várias situações, uma delas em relação ao jogo em Bacaxá, quando os atletas estavam no ônibus prestes a viajar e receberam orientação para desembarcarem, pois não havia recursos para o restaurante e hotel. A viagem foi no mesmo dia e houve empate com o Araruama em Bacaxá.
Segundo esse conselheiro, já no primeiro jogo contra o Resende o presidente alegou não haver dinheiro para a viagem. Disse ainda que, em uma partida em Cardoso Moreira não houve recursos para pagamento do pessoal de apoio e o acerto foi feito por um ex-dirigente. “Eu relato esses fatos não por perseguição ou coisa que o valha, mas por fazer mea-culpa e principalmente por preocupação com o futuro do meu clube.
No depoimento do revoltado conselheiro, sobrou até mesmo para a imprensa: “Vocês, que são da imprensa, têm a obrigação de investigar. O Americano é uma instituição privada de interesse público e por conta disso tem que ser transparente. Eu só estou me manifestando, e não gostaria, porque a coisa saiu dos limites do clube e foi parar na justiça. Eu sou antigo, e para mim isso é uma grande vergonha, coisas do clube serem decididas pela justiça. Mas se os senhores jornalistas cumprirem com o dever de investigar e não precisam de muito trabalho, porque é matéria de domínio público, vão encontrar várias ações trabalhistas oriundas dessa fatídica administração. Profissionais contratados que estão reivindicando o direito de receber e na outra ponta o gestor alega ter quase 5 milhões investidos no clube e com uma campanha de terceira divisão, com apenas uma vitória. Mais ainda, na planilha de gastos ele relaciona, aparentemente, contas não pagas”, disse.
O conselheiro, na sua revolta, alega preocupação no sentido de que não existe patrocínio, anúncio de qualquer receita e contratações estão sendo feitas, como a do diretor executivo, André Araujo; o diretor jurídico, Fernando Lamar; o treinador Marcelinho Paraíba e agora um diretor de comunicação e marketing. Para ele, o clube está ficando todo profissional, ou seja, todo mundo ganha ou deveria num horizonte em que não se vê recursos e indaga: “Serão esses novos contratados os processantes daqui a 90 ou 120 dias?”
Processos
Com a crítica feita, a reportagem foi buscar as informações em relação aos processos trabalhistas, cujas audiências teriam sido realizadas à revelia, ou seja, sem um representante do clube:
A menor condenação é favorável à Larissa Neves Gomes no valor de R$ 5.180,94. Mas existem mais 13 ações todas transitadas e julgadas. As que chamam a atenção são de: Rodrigo Cunha Cidade – R$52.921,70; Cristiano Rosa Pereira – 67.803,93; Pedro Henrique Zanette – 26.592,34; Paulo José Oliverio – R$26.340,30; Rodrigo Gaston Gonzales – R$ 30.120,00; Matheus da Silva Rodrigues – 29.704,50; Entre outras ações, somando um total de 14 processos.
O espaço aqui no Portal Via 5 está aberto ao presidente Tolentino Reis para que possa responder, colocando a versão dele.