Velório acontece neste domingo na Zona Oeste
Por O Dia / Foto Divulgação
Morreu neste sábado (18), no Rio de Janeiro, o compositor Zé Glória, aos 72 anos. Dentre os diversos sambas-enredo de sua autoria que passaram pela Marquês de Sapucaí está "Mil de uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakech", que deu o último título no Carnaval à escola de Padre Miguel, em 2017.
O DIA apurou com Denílson Rosário, diretor da ala de compositores da Mocidade e parceiro de Zé Glória em diferentes letras, que o compositor foi internado em uma unidade de pronto atendimento na terça (14), onde foi constatado um princípio de infarto.
Segundo Denílson, que esteve no velório, Zé Glória deu entrada dias depois no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na Zona Norte, para um procedimento. Na unidade, no entanto, ele sofreu um segundo ataque e não resistiu.
Além de 2017, Zé Glória integrou a equipe que venceu a disputa interna de sambas na Mocidade em outras três oportunidades: "Do Paraíso de Deus Ao Paraíso da Loucura, Cada Um Sabe o Que Procura", em 2010; "Parábola Dos Divinos Semeadores", em 2011; e "Namastê: a Estrela que habita em mim, saúda a que existe em você!", em 2018.
Mas sua trajetória no mundo do samba começou muito antes, quando José Glória da Silva Filho tinha apenas 15 anos. Após passagens por diferentes blocos, passou a compor para a Sereno de Campo Grande, a primeira escola de sua trajetória como compositor. Logo depois, chegou à Mocidade.
Nas redes sociais, a escola enalteceu o compositor: "Daqui, fica nossa solidariedade e carinho aos familiares e amigos, bem como o compromisso que sua memória será sempre preservada. Uma jornada bonita, vitoriosa e que engrandece demais a minha história. Por isso, fica nossa gratidão eterna. Obrigado por tudo, Zé".
Além da Mocidade, Zé Glória viu sambas seus cruzarem a avenida por outras agremiações, principalmente no primeiro grupo de acesso, chamado atualmente de Série Ouro. Dentre elas, Inocentes de Belford Roxo e Viradouro.
Mais homenagens
Personalidades do Carnaval também lamentaram a perda de Zé Glória. À reportagem, Denilson Rosário exaltou o lado humano do ex-parceiro: "O Zé transforou o legado dele em algo super vitorioso. Mas além de compositor, era também uma grande amigo, sempre procurando ajudar a todos. E tratava todos com igualdade, independentemente de cor, idade, orientação sexual... Vai fazer muita falta".
O intérprete Wander Pires, atual campeão dos desfiles com a Viradouro, postou: "Triste demais pelo falecimento do meu padrinho. Um homem que sempre incentivou minha carreira, grande compositor e uma pessoa muito amada no mundo do samba. O céu recebe uma pessoa cheia de luz".
O também compositor Felipe Filósofo – que assinou o premiado samba da Viradouro em 2016 com Zé Glória - prestou uma homenagem: "Sempre com seu chapéu panamá, Zé Glória era de uma beleza da alma incrível. Descanse em paz, meu amigo".
Integrante da ala de compositores da Mocidade, André Baiacu escreveu: "Descanse em paz meu amigo Zé Glória. Que Deus te receba! Hoje o mundo do Samba fica mais triste".
O velório e o sepultamento aconteceram neste domingo no cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste do Rio.