Seguradora, que agora controla empresa fundada por Josh Wander e Steven Pasko, tem pressa para se desfazer dos clubes, entre eles o Vasco
Por ge / Foto Leandro Amorim (CRVG)
O site norueguês “Josimar Football” voltou a publicar informações sobre a 777 Partners, empresa afastada judicialmente do controle da SAF do Vasco desde maio deste ano. A companhia norte-americana, que enfrenta processos na Justiça e agora é controlada pela A-CAP, está à beira da falência. Por isso, a seguradora colocou todos os clubes de futebol do grupo à venda, mas há dificuldade para encontrar possíveis investidores.
A reportagem aponta que a A-CAP colocou à venda até um luxuoso iate, chamado 777, anteriormente propriedade de Steven Pasko, um dos sócios-fundadores, por US$ 1,8 milhão (R$ 9,8 milhões). Além disso, o jato particular usado pelos executivos para viajar pelo mundo, avaliado em US$ 20 milhões (R$ 109 milhões), também está sendo vendido.
Clubes de futebol
Os ativos da 777 no futebol agora são controlados pela A-CAP, que tem dialogado com o Vasco em busca de um novo investidor para o clube carioca. A empresa solicitou um estudo de viabilidade para a venda de todas as equipes de futebol do grupo.
Na semana passada, a informação já havia sido divulgada pelo CEO do Genoa, Andrés Blazquez. Em reunião com dirigentes da equipe italiana, Blazquez, que assumiu o cargo indicado pela 777, afirmou que a divisão de esportes do grupo estava se encerrando, com todos os clubes do portfólio sendo colocados à venda.
- O grupo está saindo e não sei o que fará - disse Blazques, acrescentando que "três ou quatro" empresas demonstraram interesse no Genoa.
De acordo com a reportagem da "Josimar Football", a A-CAP tem encontrado dificuldades para vender os clubes, entre eles o Vasco. O maior empecilho é o processo movido pelo fundo inglês Leadenhall, que recentemente entrou na Justiça dos EUA com uma liminar contra a dissipação de ativos da 777. A depender da decisão judicial, a A-CAP pode ser impedida de negociar os clubes da empresa de Wander e Pasko.
O único clube da 777 com negociação avançada é o Red Star FC, da França, que pode ser vendido para Steve Pagliuca, dono da Atalanta e de parte do Boston Celtics, da NBA.
lém de Vasco, Genoa e Red Star, a 777 comprou Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlim (Alemanha), Melbourne Victory (Austrália) e Sevilla (é sócia minoritária do clube espanhol).
A reportagem conta ainda como os problemas da 777 mundo afora têm contagiado os clubes. Em maio deste ano, a A-CAP tomou um empréstimo de US$ 40 milhões (R$ 218 milhões) para manter em operação as equipes de futebol. O dinheiro foi concedido por uma empresa do dono do Chelsea, Todd Boehly, a uma taxa de juros de 46%. Boehly, no entanto, não tem interesse na compra dos clubes da 777.
Apesar das dificuldades, a A-CAP tem pressa para se desfazer das equipes de futebol. Segundo a Josimar, a seguradora aceitou receber imediatamente 66 milhões de libras (R$ 473 milhões) pelos empréstimos feitos ao Everton, que superaram 200 milhões de libras (R$ 1,4 bilhão). Para ficar com a quantia de imediato, a A-CAP topou que o valor restante fosse convertido em ações preferenciais na venda do clube inglês aos americanos do grupo Friedkin.
Recentemente, a 777 foi despejada de seus escritórios em Miami e Newport Beach por não pagar aluguel. Há problemas judiciais em diversas frentes. Um tribunal inglês, por exemplo, ordenou a liquidação da filial em Londres e tirou a empresa do controle do London Lions, time de basquete do qual era dona na capital britânica.
Além disso, a 777 Asset Management, da qual Pasko é diretor, nomeou um liquidante voluntário na Inglaterra. Outra empresa subsidiária da 777, a EFOA, entrou com pedido de falência nos EUA, e a companhia aérea econômica do grupo, Bonza, está sendo encerrada na Austrália.
A reportagem revelou outro processo contra a ex-controladora do Vasco, desta vez movido pela "Obra Capital Management" contra a 777 e Steven Pasko, em que acusa a empresa de “transferência fraudulenta” de duas “subsidiárias ricas” para Pasko em novembro de 2023. A tentativa é recuperar esses ativos para ajudar a pagar uma dívida de US$ 20 milhões (R$ 109 milhões). Uma audiência sobre esse caso foi marcada para o dia 19 de novembro.