Por Assessoria MPRJ
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), deflagraram, na manhã desta quarta-feira (26/07), a Operação Exagogi (extração em grego), para o cumprimento de mandados contra empresas e integrantes de uma organização criminosa responsável por furtar combustível através da perfuração e da sua retirada direta dos oleodutos da Transpetro. A Operação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), dos GAECOs de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo, e da Transpetro.
Os mandados expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa e da Auditoria da Polícia Militar estão sendo cumpridos simultaneamente em diversos municípios do Rio de Janeiro e demais estados. No Rio de Janeiro, a operação acontece em Sapucaia, Cabo Frio, Macaé, Quissamã, Pinheiral, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebus, São João de Meriti, São Gonçalo, São Fidelis, Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo, além dos bairros do Centro e Campo Grande, na capital.
O GAECO/MPRJ denunciou à Justiça 27 pessoas pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e corrupção. Entre os denunciados estão os irmãos Marcio Pereira Gabry, Mauro Pereira Gabry e Marcelo Pereira Gabry, apontados como líderes da organização. O trio figura como responsável por manter contato com os demais operadores do esquema, realizar pagamentos e organizar cada evento criminoso. Também foi denunciado o policial militar Anderson Cordeiro Machado, apontado como braço armado da organização criminosa, responsável por informar as oportunidades em que o crime pode ser executado com menor vigilância policial.
Outro denunciado, Magnojai Rizzari Recla, conhecido como Magno, emite notas fiscais e outros documentos essenciais ao transporte do óleo furtado, bem como prestava consultoria sobre os materiais necessários para a derivação clandestina, tendo em vista seus conhecimentos técnicos obtidos na época em que trabalhava na empresa Vale do Rio Doce.
Ainda segundo a denúncia, os criminosos compram pela internet o material necessário para as derivações clandestinas, valendo-se de instrumentos de qualidade duvidosa, mangueiras inadequadas e indivíduos sem especialização para realizar as incisões nos dutos e retirar o material. Além do dano ambiental e patrimonial, causado pela subtração de petróleo, há o dano material consubstanciado na reparação dos dutos pela equipe da Transpetro, de valor mais alto e de tempo muito elevado. Destaca ainda que, a cada identificação de derivação clandestina (ou de perda de pressão nos dutos), há suspensão da atividade, como forma de minimizar os riscos de acidente.