Quase 50 anos depois de o direito ao aborto ter sido garantido pela Suprema Corte dos Estados Unidos, a nova composição do tribunal, que desde o ano passado tem uma sólida maioria conservadora, vem encorajando uma onda de leis estaduais com restrições cada vez mais severas à prática - há até proposta pedindo pena de morte para mulheres e profissionais envolvidos.
Um dos exemplos mais recentes é a lei sancionada na semana passada pelo governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, que proíbe abortos a partir do momento em seja possível detectar batimentos cardíacos no embrião - o que ocorre em torno da sexta semana de gestação, quando muitas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas.
A lei deve ser contestada na Justiça e tem poucas chances de entrar em vigor, já que a Constituição americana garante o direito ao aborto até o ponto de viabilidade fetal (a partir do qual o feto pode sobreviver fora do útero), que varia, mas ocorre geralmente em torno de 24 semanas de gestação.
*UOL