Por Secom Macaé / Imagem Rui Porto ilho
Movidos pela emoção e sentimentos de pertencimento e valorização da identidade negra, crianças, jovens e adultos, além de integrantes de movimentos e associações, participaram nesta quinta-feira (20), data alusiva à Consciência Negra, da Caminhada da Igualdade Racial. Com faixa, camisas, acessórios, botons e determinação, eles se expressaram através da temática da luta antirracista com foco no combate ao racismo e intolerância. A programação, realizada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Macaé (SEPPIR) aliou os integrantes da Pedal da Consciência Negra.
Com o tema “Caminhar é Resistir”, o percurso, iniciado pela Orla da Imbetiba, próximo ao Baobá, teve destino ao Museu Legislativo da Câmara. Famílias e amigos também resolveram participar da programação. Entre eles estavam Cristiane Firmino, Claudia Marcia Alves, Conceição de Maria Alves e a pedagoga Yaisa Santos,
Segurando uma faixa e com orgulho do turbante, a participante Roseane Braga comentou que não poderia faltar. “Com certeza esta luta deve ser todos os dias. Estamos aqui para lembrar que esta mobilização é contínua e séria. O combate ao racismo deve ser tratado em todos os ambientes, da criança ao adulto. Com certeza algum participante aqui tem alguma história quanto à discriminação racial, e é isso que não deve continuar na nossa sociedade”, disse.

m dos momentos mais marcantes foi a parada na frente da sede da Lyra dos Conspiradores, ponto específico da caminhada. Conhecido como marco importante na valorização e reconhecimento da identidade cultural afro-brasileira, o espaço contou com troca de informações sobre a história e a importância do local para os negros. Na ocasião, a atividade, de caráter cultural, educativo, esportivo e de resgate da história, contou com dicas da professora de Letras e Políticas Sociais, Ivânia Ribeiro Silva, primeira mulher eleita presidente histórica da Lyra dos Conspiradores.
“É muito importante as pessoas conheceram a Lyra e sua importância. A Sociedade Musical Beneficente Lyra dos Conspiradores foi fundada em Macaé (RJ) em 1882 e teve um papel importante na resistência à escravidão e na promoção da cultura afro-brasileira. Foi fundada em Macaé (RJ) em 1882 e teve um papel importante na resistência à escravidão e na promoção da cultura afro-brasileira. Embora não fosse um grupo exclusivamente de negros, a instituição foi um ponto de referência para o movimento abolicionista na região, e isso é muito importante para a história. Caminhadas como estas simbolizam o respeito à história de resistência dos negros. O racismo deve ser combatido no dia a dia”, ressaltou.
Em seguida, os participantes se mobilizaram na frente do Mural da Identidade Negra. Com cores, imagens, formas e símbolos que reverenciam a ancestralidade negra. A obra, assinada pelo renomado grafiteiro macaense Felipe dos Santos Barbosa Moraes “Talu” ocupa o espaço público do prédio do Centro Administrativo Luiz Osório (Cealo) com uma linguagem visual que dialoga com as memórias e expressões da cultura afro-brasileira.
“Este mural foi produzido para convidar a população a refletir sobre identidade, pertencimento e história coletiva. Estamos muito emocionados com a caminhada com a entrega do prêmio Prêmio Carukango Vive 2025. A pasta continuará atuando no combate ao racismo, pertencimento e identidade”, salientou.
Na chegada ao Palácio do Legislativo da Câmara, os participantes foram recebidos com frutas, além de hidratação, em que a empresa Cedae disponibilizou aguadeiros para distribuir água gelada. No local, estavam presentes a vereadora Liomar Queiroz, a Secretária de Cultura Waleska Freire, o Secretário Executivo de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Acessibilidade e Economia Solidária de Macaé Raphael Couto, além de representantes das secretarias de Habitação, Saúde e Mobilidade Urbana; o coordenador de Planejamento da Mobilidade Urbana, Rui Paiva, além da agente Jo Wilme, além do ex-superintendente do Aeroporto de Macaé (Infraero), Hélio Batista dos Santos Filho, que já recebeu o prêmio Carukango em 2022.

Outro ponto de destaque da programação foi a entrega do Prêmio Carukango Vive 2025 com homenagens a atletas e agentes esportivos, que fazem da atividade física um ato de resistência e orgulho negro. Entre eles estavam o esportista Ademilson Aprígio dos Santos, que se dedica ao karatê e projetos como Ascom e Ultramaratona Solidária; Antonio Santos Brito Barreto – atleta campeão nacional e internacional com destaque no jiu-jtsu e triatlo; André Conceição de Carvalho, professor de Educação Física , que se dedica à inclusão (futsal e futebol de urdos, além de capoeira inclusiva) e Sillas Andrade Alves da Silva - com trajetória de sucesso no BMX (bicicross) e conquistas no ranking nacional e internacional.
A entrega da premiação foi feita por apoiadores e personalidades que atuam na causa do combate ao racismo, como Hélio Batista dos Santos Filho, Rui Paiva, Liomar Queiroz e Neide Santos, que fez homenagem póstuma à professora Sônia Santos, professora doutora que atuou e se dedicou ao estudo e causas da população negra.
A programação integrada fez com que a imediação do Busto de Carukango reunisse os participantes da caminhada e os integrantes do Pedal da Consciência Negra, programação realizada pela Coordenadoria de Mobilidade Ativa, da Secretaria de Mobilidade Urbana, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Grupo Pedala Preta. “O objetivo foi fortalecer a cultura local, incentivar a mobilidade ativa, utilizando a bicicleta como meio de transporte e união e celebrar a Consciência Negra”, explicou o coordenador de Planejamento da Mobilidade Urbana, Rui Paiva.
A energia da galera do Pedal da Consciência Negra começou cedo na frente da Igreja São José das Almas (próximo ao Nupem). O percurso de 8 quilômetros seguiu da Igreja São José das Almas, passando pelo canal Macaé–Campos com chegada ao busto. Suyane Santos admitiu que participar da programação fez com que ela refletisse sobre a saúde e o pertencimento. “Vou tratar mais do combate ao racismo e qualidade de vida junto à minha família”, contou.
Vale lembrar que a Prefeitura de Macaé, por meio da Coordenadoria de Mobilidade Ativa (CMAM), segue com a da pesquisa “Ativando o Pedal em Macaé – 2025”. O objetivo da iniciativa é traçar o perfil e identificar as demandas dos ciclistas e das pessoas interessadas em utilizar a bicicleta como meio de transporte na cidade. A intenção é que com os resultados seja traçado o planejamento e novas diretrizes de políticas públicas voltadas à mobilidade ativa, promovendo uma cidade mais sustentável, segura e acessível.