Bia Miranda, Buarque e outros influencers são alvo de operação contra o ‘Jogo do Tigrinho’; Maumau é preso em flagrante
Por Administrador
Publicado em 07/08/2025 15:40 • Atualizado 07/08/2025 16:12
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A ação acontece nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Com Informações da TV Globo Rio

Influenciadores são alvo de busca em operação contra o 'Jogo do Tigrinho'

Os influenciadores Bia Miranda, Buarque e Maumau estão entre os alvos da Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Civil do RJ, contra um esquema de promoção ilegal de jogos de azar on-line, como o popular “Jogo do Tigrinho”.

Na casa de Maumau, em SP, agentes encontraram uma arma. Ele foi preso em flagrante.

Outros alvos são as gêmeas Paulina e Paola de Ataíde — veja a lista completa aqui. A ação acontece nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Há indícios de lavagem de dinheiro, estelionato, publicidade enganosa e crime contra a economia popular.

Agentes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) saíram para cumprir 31 mandados de busca e apreensão contra 15 alvos — a maioria, influencers que somam quase 35 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok.

“Eles estavam usando as suas redes, com seus milhões de seguidores, para promover jogos de azar e cassinos online”, afirmou o delegado Renan Mello. “Importante pontuar que a gente não está falando de casas de apostas esportivas, as bets. Eles estavam divulgando os caça-níqueis on-line, e o mais famoso deles no Brasil é o Tigrinho”, destacou.

Fintechs também são alvo da operação, e a Justiça deferiu a quebra do sigilo fiscal dessas empresas.

Saiba quem são os influenciadores alvos de operação contra promoção de jogos de azar online

Os 15 influenciadores alvos da Operação Desfortuna, realizada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (7), somam mais de 30 milhões de seguidores em suas múltiplas redes digitais. O grupo é investigado pela promoção ilegal de jogos de azar online, como o conhecido "Jogo do Tigrinho". Conheça alguns deles:

 

Anna Beatryz Ferracini Ribeiro, a Bia Miranda: tem 6,2 milhões de seguidores somados em dois perfis no Instagram. Ela se apresenta como figura pública e se define como "Boladona não, posturada!". A modelo carioca ficou conhecida por ter ficado em segundo lugar no reality show "A Fazenda", da Record.

Jenifer Ferracini Vaz, a Jenny Miranda: tem 1,2 milhão de seguidores no Instagram e é mãe de Bia Miranda. Além disso, também participou de uma edição do reality "A Fazenda" e é filha adotiva da cantora Gretchen. 

Maurício Martins Junior, o Maumau, que foi preso em flagrante na operação desta quinta, é influenciador e humorista conhecido como "Príncipe da Ousadia". Ele se tornou conhecido após postar um vídeo sobre sua experiência como gari em Osasco, na Grande São Paulo. Tem 3,4 milhões de seguidores no Instagram.

Já Paola Ataíde se apresenta como criadora de conteúdo digital, dando dicas de bem estar e autocuidado. Somadas, suas páginas têm quase 6 milhões de seguidores. Paulina Ataíde, irmã gêmea de Paola, tem mais de 4 milhões de seguidores somados. "Gravo minha vida divertida (às vezes louca), enquanto cuido de mim e da @lauraataide (filha)”, diz sua apresentação no Instagram. Ambas estiveram na Cidade da Polícia, Zona Norte, para prestar esclarecimentos.

Rafael da Rocha Buarque, o Buarque, é ex de Bia Miranda, com quem teve um filho. Ele é conhecido por compor e apresentar músicas de funk. O influenciador posta diversos conteúdos com a criança nas redes sociais, onde possui mais de 2,8 milhões de seguidores.

Samuel Sant’Anna da Costa, o Gato Preto, ostenta carros de luxo nas redes sociais. Em uma postagem em sua própria rede social nesta terça-feira (5), ele aparece sendo abordado por um homem, supostamente policial, dizendo que o influenciador estava com um mandado de prisão.

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Tailon Artiaga, o Mohammed MDM, é dono de uma estética automotiva e CEO de uma organização de jogos eletrônicos. O influenciador cria conteúdo de jogos com consoles e no computador. Tem 195 mil seguidores no Instagram.

A Operação Desfortuna, realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), teve como objetivo cumprir 31 mandados de busca e apreensão em endereços no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais.

De acordo com os agentes, os investigados realizam postagens de jogos de azar online com promessas enganosas de lucros fáceis, com objetivo de atrair seguidores para essas plataformas de apostas, que são proibidas no país, como o "Jogo do Tigrinho".

"Esses influenciadores prometiam ganhos vultosos para seus seguidores, mas essas plataformas não geravam esses retornos e muitas vezes os apostadores ganhavam, mas não conseguiam sacar. É uma grande estrutura de cooptação de recursos de muitas famílias e pessoas humildes. Apenas os influenciadores identificados até agora, em um período de pouco mais de dois anos, movimentaram R$ 40 milhões. Estamos falando de uma rede financeira muito extensa e profunda, que também tangencia com outros tipos de crime", explicou o delegado Renan Mello.

Durante a investigação, os policiais identificaram sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores, que ostentam estilos de vida luxuosos, com viagens internacionais, veículos de alto padrão e imóveis de alto valor, nas redes sociais.

"Alguns dos influenciadores continuam ativos na divulgação desses jogos de azar, inclusive com postagens de menos de 12 horas. É uma rede que continua ativa, eles têm um padrão de vida altíssimo, mostram ganho muito acima do plausível com a atividade que eles exercem, padrões luxuosos que enganam e ludibriam os seguidores com finalidade pura e simples de ganância, sem o menor compromisso com a qualidade de vida dos seus fãs, com a saúde financeira deles. Eles vendem a sua fama destruindo famílias para ganhar lucros", disse o delegado.

A Polícia Civil informou que relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, chegam a R$ 4,5 bilhões.

O grupo é investigado por organização criminosa, exploração de jogos de azar, propaganda enganosa, estelionato e lavagem de dinheiro

 

 

 

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