Operação mira esquema em máquinas de pelúcias e investiga relação com jogo do bicho
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Publicado em 28/08/2024

Segundo investigações, o sistema permite uma programação para que o consumidor obtenha o prêmio somente após um determinado número de jogadas

Por O Dia / Reprodução 

Rio - A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (28), a segunda fase da Operação Mãos Leves contra a exploração de máquinas de bichinhos de pelúcia. Segundo investigações, o sistema eletrônico dos aparelhos permite uma programação para que o jogador obtenha o prêmio somente após um determinado número de tentativas. Na ação, 19 mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços do Rio e de Santa Catarina.

De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), um dos alvos já foi investigado, dentre outros crimes, pela prática de jogo de azar vinculado a máquinas "caça-níqueis", o que levantou a suspeita da participação de organizações criminosas conhecidas como "jogo do bicho" na atividade.

Até o momento, foram apreendidos, além das máquinas e de pelúcias falsificadas, celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados para a fim de desvendar a estrutura do grupo criminoso, bem como identificar a participação de outros integrantes e de organizações criminosas envolvidas. A ação contou com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina.

Entenda o esquema

As investigações tiveram início após informações de que empresas localizadas em diversos shoppings da Região Metropolitana do Rio utilizavam bonecos de pelúcia falsificados de personagens de marcas. A primeira fase da operação ocorreu em maio deste ano, onde máquinas e grande quantidade de pelúcias foram apreendidas.

No decorrer do inquérito, após exames realizados por peritos do ICCE, os agentes constataram que o sistema eletrônico das máquinas dispõe de um contador de jogadas e, conforme programação feita pelo operador, libera uma corrente elétrica que permite gerar potência na grua suficiente para o sucesso do consumidor somente após um determinado número de tentativas registradas. Em contrapartida, caso esse número programado de créditos não tenha sido atingido, a corrente elétrica enviada gera uma potência insuficiente para a captura da pelúcia.

Dessa forma, a Polícia Civil identificou se tratar de um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do ganho depende da sua habilidade ao operar a máquina, mas, segundo a perícia, depende exclusiva ou principalmente da sorte.

Ainda segundo a DRCPIM, através das máquinas são cometidos crimes contra a economia popular, o consumidor, a propriedade imaterial, além de associação criminosa e possível contravenção de jogo de azar. As investigações prosseguirão para apurar também eventual prática de lavagem de dinheiro e demais crimes financeiros que possam ter sido praticados.

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