Verônica Dalcanal falou sobre o caso durante o telejornal 'Repórter Brasil', da TV Brasil
Por O Dia / Foto Reprodução de Vídeo
Rio - A repórter Verônica Dalcanal foi vítima de importunação sexual, neste sábado (2), durante a cobertura das Olimpíadas de Paris, na França. Durante o telejornal "Repórter Brasil", da TV Brasil, apresentado por Guilherme Portanova, a correspondente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) falou sobre o ocorrido. Ela disse que alguns torcedores franceses 'ultrapassaram' limites e a encostaram.
"Um grupo de torcedores invadiu o (ao) vivo. A gente sabe que é normal a torcida interagir com repórteres, especialmente no ao vivo. Eu acabei de conversar com alguns torcedores franceses. Mas eles foram muito desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites. Encostaram em mim. Não consigo nem descrever direito o que aconteceu. Eu não pretendo ver as imagens de como isso aconteceu", disse Verônica Dalcanal.
"Acho triste que isso aconteça, que isso se repita. Em 1900 nessa cidade [Paris], mulheres começaram a participar dos Jogos Olímpicos. Essa edição, 124 anos depois, é a edição com equidade, com mulheres participando em igualdade. Uma pena que a gente não possa ter liberdade para trabalhar como homens podem. É realmente muito triste", concluiu.
Guilherme demonstrou apoio a Verônica. "Nossa solidariedade pelo trabalho brilhante que você tá fazendo. Não é um agradecimento, é um reconhecimento. E claro, repudiar esse tipo de atitude", disse.
De acordo com a "Agência Brasil", a jornalista falava sobre o dia dos atletas brasileiros nos Jogos de Paris, no intervalo da transmissão de um jogo da Série B do Campeonato Brasileiro, quando três homens se aproximaram. Um deles beijou o rosto dela sem consentimento e a jornalista repudiou a atitude. Logo depois, outro dos homens também a beijou. Ela, novamente, reprovou o comportamento.
À publicação, Verônica Dalcanal disse que sonhava em cobrir os Olímpicos, em Paris, mas que o momento ficará marcado por esse episódio. "Como outros colegas, queria lembrar dessa cobertura apenas pelas entrevistas, pelas matérias escritas, pelas entradas ao vivo e pela emoção de acompanhar nossos atletas. Infelizmente, não será assim. Ainda precisamos brigar para sermos tratadas com respeito. Mas não estamos sozinhas na luta", declarou.
Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República também se solidarizou com a repórter e lamentou a situação."A Secom dará o apoio que se faça necessário nesse momento. Saudamos toda a equipe da EBC - em Paris e no Brasil - que com seu profissionalismo e dedicação vem fazendo a cobertura da participação brasileira nos Jogos Olímpicos, levando informação de qualidade nos mais diversos meios para todo o país e fortalecendo a comunicação pública e governamental.