Macaé: Secretaria de Igualdade Racial planta Baobá na Imbetiba nesta segunda
Justiça, Cidadania e Inclusão
Publicado em 12/05/2024
Por Secom Macaé
  
O plantio de Baobá, símbolo de resistência da população negra do Brasil vai acontecer nesta segunda-feira (13 de maio), às 9h, na praia da Imbetiba (próximo ao anfiteatro).  A programação é realizada pela  Prefeitura de Macaé, por meio da  Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Nesta data em 1888 foi assinada a Lei Áurea, no Brasil e em razão disso, tem sido ressignificado como o Dia Nacional de Combate e Denúncia contra o Racismo e até hoje o dia é voltado para reflexões.
 
Existe uma dimensão sagrada e ancestral em torno dessa árvore, seu tronco representa as crianças e os jovens em desenvolvimento, e as suas raízes representam os ancestrais.Vale lembrar, que em outros locais do continente africano, o Baobá é chamado de "árvore mãe", por possuir elementos nutritivos à sobrevivência humana, tanto no que se refere a produção de alimentos quanto a medicamentos.Entre as tantas representações que cercam a existência da árvore, o Baobá carrega um legado inseparável do passado de extrema violência contra os povos negros, ironicamente servindo de alento à memória dos que foram trazidos ao país. Já no mundo imaginário, surgem histórias de que o francês Saint Exupéry, autor do livro O Pequeno Príncipe, conheceu o baobá localizado na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, e que a árvore possivelmente serviu de inspiração para uma das ilustrações do livro.
 
“Por isso, em boa medida este plantio reconta nossa história no tempo nos remetendo a reflexões profundas acerca daqueles que vieram antes de nós, dos que tombaram antes de nós e dos que resistiram para que pudéssemos agora recriar e ressignificar nosso caminho para liberdade plena. Convidamos a todos para o plantio do Baobá, a árvore da vida. Nela também está a nossa espiritualidade, nossa identidade social enquanto descendentes dos homens e mulheres pretas e pretos sequestrados de África e escravizados aqui no Brasil. ”, ressaltou o  Secretário de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Dorniê Matias.
 
Ele pontuou que   a data 13 de maio é alusiva à reflexão e luta. “ O dia 13 de maio é uma data importante na história do Brasil. Neste dia, em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que marcou o fim da escravidão no país. Após quase 400 anos de escravidão, essa lei libertou os escravizados no Brasil.No entanto, ao longo dos anos, o significado do 13 de maio tem evoluído. Anteriormente, era comemorado como o dia da assinatura da lei que encerrou a escravidão. Porém, o Movimento Negro Unificado (MNU) e outros grupos ligados ao movimento negro tem trabalhado para ressignificar essa data. Agora  também é considerado como o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. Essa mudança de perspectiva visa lembrar que as transformações sociais são resultado do engajamento e da luta dos movimentos sociais”, pontuou.
 
Disque Racismo-
Macaé continua  com a campanha antirracista  e segue a Lei 4.942/2022  sancionada pelo prefeito Welberth Rezende, que dispõe do Estatuto Municipal de Promoção da Igualdade Racial. O  atendimento do Disque Racismo é, através do número (22) 99244-7709, que funciona 24 horas. Também através do telefone são recebidas orientações e registradas denúncias de violações na esfera racial. O canal possibilita o envio de imagens e áudios para compor a denúncia. 
 
“Não podemos esquecer que  o 13 de maio não é apenas um dia de comemoração, mas também um dia de conscientização e combate ao racismo.Em vez de interpretar a abolição da escravidão como um gesto de benevolência da princesa Isabel, historiadores e o movimento negro destacam que essa conquista foi fruto de inúmeras lutas realizadas por escravizados, ex-escravizados e abolicionistas.   Essa mudança de significado nos convida a refletir sobre a importância dos movimentos sociais no presente e valorizar a história de lutas, que acompanhou a abolição da escravidão.A escravidão é o maior mal do nosso país.Podemos discutir nas salas de aula todo  o processo de abolição, recuperar a história dessas lutas e refletir sobre a relevância continua dos movimentos sociais na busca constante por direitos e na luta contra o preconceito e outras formas de opressão. Qualquer país, Estado e município que se pretende a construção de uma cidadania plena não pode conviver e ou aceitar o racismo. O racismo mata”, finaliza o Secretário Dorniê.

 

Comentários