Historiadora ocupa cadeira que era de Alberto da Costa e Silva
Por Rafael Cardoso, da Agência Brasil / Foto ABL (Divulgação)
A historiadora e antropóloga Lilia Katri Moritz Schwartz foi eleita nesta quinta-feira (7) como nova integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela vai ocupar a cadeira de número 9, que pertencia ao também historiador Alberto da Costa e Silva, morto em novembro de 2023.
Na votação desta quinta-feira, Lilia recebeu 24 de 38 votos possíveis. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro mais uma vez cedeu urnas eletrônicas para o processo. Concorriam à vaga Edgard Telles Ribeiro, Chirles Oliveira Santos, Ney Suassuna, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás e Martinho Ramalho de Melo.
"Para mim, faz muito sentido entrar na vaga do Alberto. Ele era meu pai intelectual e afetivo, e gostaria muito de seguir os passos do Alberto. Cuidar, em primeiro lugar, da memória, porque a ABL é uma instituição fundamental para a memória brasileira. Vasculhar os arquivos como ele fazia, a biblioteca, e poder contar uma história mais múltipla e mais plural. Doutor Alberto foi conhecido pela equidade. Estudioso das Áfricas e da escravidão. Eu gostaria muito de continuar trabalhando por uma ABL mais plural e representativa", disse Lilia, em evento da ABL.
Lilia Schwarcz é professora sênior do departamento de antropologia da Universidade de São Paulo e Visiting Professor em Princeton, nos Estados Unidos. Ela tem mais de 30 livros publicados, sendo alguns deles traduzidos para outros idiomas.
Entre as obras, destaque para: Retrato em branco e negro (1987); Espetáculo das raças (1993. Prêmio APCA); As Barbas do Imperador (1998, Prêmio Jabuti livro do ano e Farrar Strauss & Girroux 2000); Brasil uma biografia (com Heloisa Starling, 2015, finalista Prêmio Jabuti); Lima Barreto triste visionário (2018, prêmio Biblioteca Nacional, prêmio Anpocs, finalista Jabuti).
Lilia também organizou a coleção História da vida privada. Já foi premiada com a Comenda do Mérito Científico em 2010; a medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras, em 2008; e a Comenda Rio Branco 2023. Ela é parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Iphan) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.