Com informações do Agenda do Poder
Segundo o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado (SimpeRJ), o Brasil é o quarto maior empregador da indústria de transformação de plástico e o Rio de Janeiro emprega 12.696 pessoas no setor. Os números foram apresentados no seminário “Plástico e Políticas Públicas: Alternativas e Soluções” realizado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na quinta-feira (28/09), no Centro do Rio.
O encontro, organizado pelo Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, debateu o uso do plástico e seus impactos social, econômico e ambiental e a criação de um grupo de trabalho junto com a Casa Civil para a regulamentação das leis sobre o tema. Subsecretária de Estado do Meio Ambiente, Ana Asti aproveitou o evento para anunciar que o governo já vem produzindo o novo Plano Estadual de Resíduos Sólidos.
“Estamos trabalhando para regulamentar e executar programas com base nas leis que já existem aqui dentro da Alerj. A Assembleia é uma Casa que tem leis importantes há quase duas décadas sobre o tema, e estamos elaborando esse novo Plano Estadual de Resíduo Sólidos incorporando a economia circular”, afirmou a representante do governo.
As políticas públicas, por sua vez, têm grande importância na inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis na logística reversa. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) indica que o Brasil contabiliza um milhão de catadores. Mas cerca de 90% desse contingente foi impactado pela pandemia de Covid-19 em 2020.
Os dados apontam para uma pequena recuperação da força de trabalho, entre 2021 e 2022, mas com inúmeros prejuízos. A professora do Departamento de Serviço Social da PUC, Valéria Bastos, avalia que é preciso reestruturar o segmento para que esse tipo de trabalho ganhe valor real, já que a categoria precisa ganhar visibilidade legal.
“O objetivo é cumprir não somente a legislação socioambiental, mas, sobretudo, dar visibilidade a esses trabalhadores. Essa cadeia é fundamental e temos que nos empenhar na questão”, pontuou.
Os representantes da indústria também se fizeram presentes. A diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga, afirmou que a sustentabilidade sempre foi um pilar na empresa. A executiva explicou que a Braskem está focada em soluções renováveis e na reciclagem, visando reduzir impactos ambientais e gerar efeito positivo junto ao consumidor.
“A economia circular é importante porque visa eliminar o desperdício e a poluição, mantendo um fluxo circular de recursos ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento sustentável, inspirado na lógica cíclica da natureza. O intuito é capturar valor dos resíduos e promover a reinserção deles na economia como novos produtos”, explicou
Segunda vice-presidente da Mesa Diretora da Alerj, a deputada Tia Ju (Republicanos) ressaltou a importância do plástico na vida das pessoas e como enfrentar o desafio da poluição. Ela ainda pontuou alternativas e soluções que podem ser exploradas a partir das políticas públicas.
“Para enfrentar esse desafio, é fundamental que as políticas públicas desempenhem um papel central. Através delas podemos explorar algumas alternativas, como reciclagem eficiente, redução do uso de plásticos descartáveis, incentivo à inovação, educação ambiental, cooperação internacional e economia circular”, ressaltou.