Fórum de Igualdade Racial discute caminhos para uma Educação Antirracista
Justiça, Cidadania e Inclusão
Publicado em 03/08/2023

Por Secom Macaé/ Foto Moisés Bruno 

Com o tema “Caminhos para uma Educação Antirracista” foi realizado nesta quarta-feira (2), no auditório da Cidade Universitária, o Fórum Municipal de Igualdade Racial. A programação  teve como objetivo  reunir representantes da comunidade local, educadores, especialistas e líderes de movimentos sociais, dando visibilidade  ao debate sobre a proteção às crianças e adolescentes  do racismo, além da reflexão sobre ações concretas que possam ser implementadas no âmbito educacional para promover a igualdade racial.

Para a programação, foram promovidas mesas para debates.  O prefeito de Macaé, Welberth Rezende e a  secretária Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz, participaram  da cerimônia de abertura, que teve o hino de Macaé  apresentado pela cantora macaense  Andrea Martins. “Este tema é de fundamental importância. Faço questão de participar ativamente de toda essa movimentação, para discutirmos quanto às maiorias, e não minoria. Somos a única prefeitura  a ter uma Secretaria de Igualdade Racial, ao invés de  coordenadoria. Criamos pela importância desta pasta para que ela também receba recursos. Temos muitas pessoas que trabalham pela causa que estou vendo  aqui,  Kátia Magalhães, Conceição de Maria, Mestre Dengo, Dorniê Matias e  Yaisa”, destacou Welberth.

Ele pontuou ainda sobre a preocupação da Prefeitura sobre o assunto. “Esta temática tem todo apoio  do poder público, assim como a Secretaria de Políticas Para Mulheres. Temos dívidas  com a população negra do país. Agradeço à Igualdade Racial e Secretaria de Educação pelo projeto ‘NutriAfro’ nas escolas da rede municipal, que vai propor um cardápio com receitas que exaltam essas heranças culturais.  Também não podemos esquecer do  quilombo Carucango,  um dos maiores do país e do estado do Rio de Janeiro.  Que este fórum seja enriquecedor e  que a educação consiga implementar práticas  de luta contra a discriminação racial”, comentou o prefeito.

 Na abertura, a  secretária Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz, saudou os presentes. “É muito bom ver este  auditório com participantes comprometidos.  Que este tema seja uma prática coletiva e que a Lei 10.639/2003 seja realmente praticada, pois se completa 20 anos é um marco na educação antirracista, mas precisa  ser debatida ainda mais com ações que garantam a equidade na educação. Afinal de contas, se estamos aqui hoje é porque tivemos um passado”, ressaltou.

 Também presente, a Secretária de Educação, Leandra Lopes, parabenizou ao prefeito pela criação da Secretaria de Igualdade Racial. “A Igualdade  desenvolve  um trabalho de inclusão e reconhecimento. A educação se volta para políticas voltada para a educação antirracista.  A pasta criou cartilhas específicas  e também são realizados encontros quanto ao tema, e justamente hoje,  na rede municipal foi lançado o NutriAfro em uma escola.  Que este tema seja ampliado, que os espaços religiosos sejam reconhecidos e que a Lei 10.639 seja ainda mais praticada”, ressalta. Vale lembrar que o ‘NutriAfro’ é uma das ferramentas para a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da obrigatoriedade do estudo da História Afro-Brasileira e Indígena.

 Para o debate, o Fórum de Igualdade Racial recebeu as representantes da Secretaria  de Educação, Kátia Magalhães  (mestranda em Ciências Políticas e  especialista em  Cultura Afrobrasileira) e  Joyce  Machado (mestranda em Educação e especialista em Educação Especial). Elas apresentaram a temática “Pedagogia do axé e as  boas práticas de educação antirracista”.

 “A Lei 10.639 deve ser debatida sim. Nossa rede municipal  conta  caderno de orientação da educação antirracista, rodas de conversas, encontros de formação e  agora o NutriAfro em que podemos lembrar da história e da força e riqueza da culinária. Temos muito a fazer, e estamos à frente de desafios, sabemos que a luta é grande, mas a ação tem que ser coletiva e ampliada. Agradecemos aos secretários da pasta, Leandra e Robério e queremos muito a parceria de todos, alunos, pais e profissionais”, comentou Kátia.

Já a abordagem  “20 anos da Lei 10.639/03” foi tratada pela mestra em Relações Étnico Raciais, escritora e professora, Luiza Mandela. “É muito significativo estar em Macaé. Vou apresentar  as experiências e metas  da Gerência de Relações  Étnico Raciais da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e  os desafios da Lei 10.639. Parabenizo a equipe de Macaé”, salientou.

 O coordenador  da Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio de Janeiro, professor graduado em Direito e mestre em Educação Márcio D Jagum destacou o tema  “O nosso sagrado e a educação nos terreiros". “A minha apresentação  é direcionada à metodologia da educação a partir das  experiências de terreiros.  Essa abordagem é essencial para o conhecimento de toda sociedade”, disse. No decorrer de todo evento, os participantes puderam trocar experiências e fazer perguntas.

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