Pioneiro em jornalismo televisivo na região, Gianino estava internado há alguns dias
Por Arnaldo Garcia e Matheus e Informações do Site 360º
Morreu na madrugada desta terça-feira (15) o jornalista Giannino Sossai. Ele tinha 79 anos e era um dos apresentadores do programa “Página Aberta”, da Rádio Educativa FM, do qual estava afastado para internação por conta de uma pneumonia, cujas complicações motivaram o seu falecimento, por volta das 4h30. A notícia foi dada na manhã desta terça pelo jornalista Júlio Tinoco, seu companheiro de bancada.
Giannino foi o primeiro diretor de jornalismo da extinta TV Norte Fluminense, a primeira emissora de televisão do interior fluminense, fundada em 1981. Convidado pelo então empresário e deputado Alair Ferreira, ele assumiu o desafio de liderar a estrutura jornalística da emissora, mesmo sem experiência anterior em televisão — um marco de ousadia e pioneirismo que viria a definir sua carreira.
Foi dele a primeira voz que ecoou pelas telas dos televisores campistas. Durante a transmissão ao vivo da cerimônia de inauguração da TV Norte Fluminense, Giannino narrou o evento histórico que contou com a presença de grandes autoridades, como o então presidente da República João Figueiredo e o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho.
Com uma postura ética, voz firme e apurado senso de responsabilidade social, Sossai consolidou o jornalismo local como referência regional. Além de informar, formou gerações de comunicadores que passaram por suas mãos exigentes e pedagógicas. Em sua trajetória, carregou o compromisso com a verdade e a imparcialidade — marcas que o tornaram respeitado dentro e fora das redações.
Sua atuação não se restringiu à TV. Giannino também teve passagem importante por rádios e jornais impressos da cidade, sempre contribuindo para elevar o padrão da informação local. Com uma personalidade reservada, mas extremamente dedicada ao ofício, ele foi um símbolo da credibilidade jornalística de uma época em que o repórter era sinônimo de confiança.
O velório será realizado na Capela do Cemitério do Caju, em Campos dos Goytacazes, a partir das 14h. O sepultamento está marcado para as 17h desta terça-feira.
Com a partida de Giannino Sossai, encerra-se um capítulo importante da história da imprensa campista. Fica o legado de um homem que, com coragem, rigor e paixão pela notícia, ajudou a construir os alicerces da comunicação no interior do Rio de Janeiro.
Repercussão
Assim que foi anunciada a morte de Gianino Sossai, logo surgiram as primeiras manifestações de ex-alunos da antifa Fafic, onde o jornalista e radialista foi professor.
Profissionais, como Jô Siqueira, Juscelino Resende e tantos outros lamentaram o falecimento do mestre.
O jornalista Juscelino Resende escreveu: "Ele foi meu companheiro de trabalho nas organizações Alair Ferreira e meu professor no curso de Comunicação Social da extinta Fafic, ao substituir o também professor Luiz de Gonzaga Balbi. Aos familiares dele, meus sinceros sentimentos".
Associação de Imprensa Camipista (AIC) divulgou Nota de Pesar:
A imprensa de Campos está de luto nesta terça-feira (15/04), faleceu o jornalista e radialista Giannino Sossai, aos 79 anos. Era um dos mais antigos profissionais de comunicação em atuação, participando do programa Página Aberta na Rádio Educativa. Entrou no rádio no ano de 1960, mas sua marca profissional foi na TV Norte Fluminense, onde foi apresentador e diretor de jornalismo, tendo inclusive apresentado a inauguração da emissora em 1981. Atuou ainda na Rádio Afonsiana, Jornal Folha da Manhã e Jornal O Globo. Italiano de nascimento, Giannino Sossai se naturalizou no Brasil, mas sempre gostava de cantarolar músicas de sua terra natal, como "'O sole mio". Foi professor do Curso de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia de Campos, atual Centro Universitário Fluminense (Uniflu) e um dos responsáveis pela implantação da UNITV e Rádio Educativa FM.
A Associação de Imprensa Campista presta sua homenagem “buon riposo”!