Assembleia Geral vota impeachment, reparando erro histórico e podendo deflagrar batalha judicial por acerto de contas

Por Arnaldo Garcia

Anular a reunião, que aprovou o parecer da Comissão Processante pelo impeachment do presidente do Americano Futebol Clube, foi um sonho de verão. Na última sexta-feira (28), o juízo da Primeira Vara Cível de Campos indeferiu a petição do escritório de jurídico que representa o atual ocupante do cargo Tolentino Reis. A partir de agora, salvo a conquista de uma liminar na instância superior (Tribunal de Justiça), poderá ser afastado do cargo de maneira simples, ou seja, com uma possível simples decisão da Assembleia Geral, que está convocada para esta segunda-feira (31), na sede do Clube de Regatas Saldanha da Gama.  

Na petição, o mandatário alvinegro tentava anular os efeitos da reunião de 10 de março, que apontou irregularidades na gestão no seu parecer, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo, indicando, cabalmente, o afastamento do presidente, através de uma reunião da soberana assembleia geral. Entretanto, mais uma vez, o clube alvinegro foi parar nas barras da justiça, o que anteriormente só era registrado em questões trabalhistas e não políticas.

A decisão, dando parecer contrário ao mandatário, foi proferida na última sexta-feira (28). Em documento com cinco páginas a magistrada Aryanna Natasha Porto Godoy, que indeferiu a petição. Com isso, se não for conseguida uma liminar junto ao Tribunal de Justiça, para continuar no cargo, Tolentino Reis só terá uma chance: Compareceu à reunião da Assembleia Geral, coisa que não fez anteriormente, se defender de todas as ações a ele imputadas e convencer os sócios presentes a mantê-lo no cargo.

Motivação

Uma das alegações que consta no processo de impedimento de Tolentino Reis e é de domínio público, é o afastamento da sua vice-presidente eleita com ele, Laila Póvoa. Esse ato, inclusive, foi admitido pelo próprio Tolentino Reis numa entrevista concedida no dia 27 de janeiro, ao programa “Folha no Ar”, da Rádio Folha FM. Outra acusação ao presidente, que também é de domínio público, é o número de processos trabalhistas tramitados na justiça sem um representante do clube. Esses processos, num total de 17, julgados à revelia, que no Parecer da Comissão Processante geraram grande prejuízo ao clube, o que caracterizaria improbidade administrativa. Esses fatos se somam a muitos outros de tratativa interna do clube.