Rio Branco chega aos 112 anos com foco na reconstrução da sede e futebol de base
Esportes
Publicado em 06/11/2024

Clube ainda sonha em voltar com o futebol profissional, mas, no momento, prioriza escolinhas conveniadas

Por Paulo Renato Porto / Foto Via 5 Imagens (Arquivo)

De tantas glórias no esporte na planície, campeão campista um punhado de vezes, campeão estadual três vezes e primeiro clube de Campos a participar de uma competição nacional com a disputa da Taça Brasil, o Clube Esportivo Rio Branco tem muita história pra contar em seus 112 anos de história, inclusive uma igualmente preciosa que se torna obrigatória mencionar: a de ser sido o clube a revelar ninguém menos que o bicampeão mundial Didi, o célebre campista e inventor da Folha Seca, maior jogador da Copa de 1958.
A história doze anos mais do que centenária do Rio Branco principia pelo desejo de um grupo de meninos, cujas idades oscilavam entre 13 e 15 anos.
A tonalidade rósea dos seus rostos corados e sadios determinou a escolha da cor preponderante das camisas da agremiação, por sugestão, aliás, de Yayá Linhares, irmã de Celso Linhares, um dos fundadores, que juntou-se a outros garotos como Custódio Barroso dos Santos, Manoel Landim, Fausto Apady da Cruz Saldanha e Brasil Castilho Leão com o firme propósito de criar um clube, pois residindo nas imediações da Praça da República, assistiam sempre os treinos do Goytacaz, mas não tinham espaço para mostrar suas qualidades no clube alvi-anil.
No início houve a fase dos treinos despretensiosos com bola de meia nos muitos campos de várzea espalhados pela cidade. Mais tarde, apareceu a ideia de batizaro o time com uma denominação expressiva. Todos eles estudantes, eram admiradores do célebre brasileiro José Maria da Silva Paranhos, e então resolveram escolher o nome do Barão do Rio Branco — que morrera em fevereiro de 1912 — para denominar a nova agremiação.
Os moços, assim, aproveitaram para prestar uma singela homenagem ao grande estadista brasileiro, responsável pela consolidação da formação definitiva da configuração dos limites geográficos do atual Brasil e cujas orientações norteiam até hoje as diretrizes da diplomacia brasileira, dando nome inclusive ao Instituto Rio Branco, a terceira mais antiga instituição de formação diplomática do planeta.
Estava, então, fundado o clube que iria exercer um papel relevante na história do futebol campista, campeão da cidade nos anos de 1917, 1928, 1929, 1931, 1949, 1958, 1961 e 1962, duas vezes campeão da Taça Cidade de Campos, em 1972 e 76, além de campeão fluminense, em 1961, e campeão estadual da terceira divisão, em 1984 e 2001.  
Mais ainda: campeão brasileiro de juniores em 2002 (invicto); campeão estadual de juniores (1980) e campeão da Copa Rio sub 17 (2001).
Nas vezes em que não foi campeão, o Rio Branco chegou perto e deixou sua marca de clube que não entra em competições apenas para participar, mas para disputar com bravura e honra: foi vice-campeão da zona sul da Taça Brasil, em 1962, assim como vice fluminense em 1958, 62 e 65.
Além de Didi, o clube já produziu outros nomes que se destacaram no futebol brasileiro como o goleiro Acácio, ex-Vasco e que foi convocado para a Copa de 1990 (Itália), além do zagueiro Gil, ainda hoje em plena atividade no Santos, que jogou também no Americano Corinthians, Cruzeiro, Valenciennes (França) e Shandong Taishan (China), entre outros clubes.
Em suas recordações mais afetivas, a velha guarda rio-branquense se recorda com emoção e carinho das disputas no velho estádio Constantino Escocard, na Avenida Sete de Setembro, a casa dos róseo-negros até a década de 1970. 
Alguns anos depois, na gestão do presidente Clóvis Arenari, o Rio Branco ganhou novo endereço, numa área das mais populosas e valorizadas de Guarus, na Avenida Senador José Carlos Pereira Pinto. Ali está situada sua sede administrativa e onde ao lado há um campo de grama sintética, num espaço onde também será construído seu novo estádio.
Enquanto se reestrutura, o clube não cogita retornar logo ao futebol profissional, mas com ressalva. O presidente Edson Reis Junior pensa priorizar a reconstrução da parte social, depois o futebol de base e, se possível, retornar ao futebol profissional.
“O Rio Branco hoje procura se estruturar a cada dia que passa para caminhar com as próprias pernas e os pés no chão. Pensamos em retornar com o futebol da base. O futebol profissional não é hoje nosso objetivo principal, mas adiante tudo pode acontecer”, disse.
Por ora, continua Edson Junior, a prioridade mesmo é a reconstrução da área social, “onde estamos encorpando cada vez mais o clube, com opções como nunca houve. O Rio Branco tem hoje vôlei, futvolei e funcional, além da escolinha de futebol do clube, enquanto já fechamos uma parceria com a escolinha do Atlético Mineiro e uma outra está sendo fechada para outra escolinha junto ao Botafogo”.
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