'Catástrofe mundial': saiba quais os destinos turísticos ameaçados pelo aumento do mar até 2050, segundo relatório da ONU
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Publicado em 28/08/2024

Atafona está entre as localidades que desaparecerão em 24 anos, segundo a ONU, em reportagem de O Globo

Por O Globo / Foto Márcia Foletto (Ag. O Globo)

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu um alerta mundial por causa da rápida elevação do Oceano Pacífico, podendo provocar uma “catástrofe em escala mundial”. Além das ilhas e países banhados pelo pacífico, diversas cidades nas listas de mais visitadas do mundo por turistas também aparecem com índices relevantes de aumento do nível do mar.

No Brasil, Rio de Janeiro e Atafona, distrito do município de São João da Barra, no Norte Fluminense, estão na lista. Mas, em primeiro lugar, está Nova Orleans, nos Estados Unidos, que pode ter o mar aumentado em até 46 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada pela ONU é de 41 centímetros, com a mínima de 38 centímetros até 2050.

Situada na região costeira do Golfo do México, a cidade está localizada abaixo do nível do mar em várias áreas, tornando-a particularmente suscetível a inundações. A cidade é cercada por corpos d'água, como o rio Mississippi, o lago Pontchartrain e o lago Borgne, o que a coloca em uma posição de risco elevado. Essa proximidade com grandes massas de água, combinada com um sistema de canais e pântanos, contribui para o risco de inundações graves, especialmente durante tempestades e furacões.

 

Outro centro turístico e econômico citado é Nova York, que pode ter o mar aumentado em até 32 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada pela ONU é de 26 centímetros, com a mínima de 20 centímetros até 2050. Uma das maiores e mais densamente povoadas cidades dos Estados Unidos, a grande maçã possui uma geografia diversificada e complexa que a torna vulnerável a diversos tipos de desastres naturais. 

 A cidade está situada ao longo da costa do Atlântico, o que a expõe diretamente a tempestades costeiras e furacões. A vasta linha costeira da cidade inclui praias, ilhas e zonas de marés que são particularmente suscetíveis à elevação do nível do mar e à erosão costeira.

No continente europeu, Londres, no Reino Unido, também aparece na lista com aumento considerável do nível do mar. Por lá, o mar pode aumentar em até 26 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada pela ONU é de 19 centímetros, com a mínima de 14 centímetros até 2050.

Na Ásia, Osaka e Shanghai figuram na lista com riscos significativos. Na cidade japonesa, o mar pode aumentar em até 32 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada pela ONU é de 27 centímetros, com a mínima de 24 centímetros até 2050. Já na cidade chinesa, o mar pode aumentar em até 29 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada é de 24 centímetros, com a mínima de 20 centímetros até 2050.

A Austrália, na Oceania, banhada por mar de todos os lados, também não foge à tendência global. Na cidade mais famosa, Sydney, o mar pode aumentar em até 20 centímetros nos próximos 30 anos. A média calculada pela ONU é de 15 centímetros, com a mínima de 15 centímetros até 2050. 

"Catástrofe Global", aponta a Onu

O relatório divulgado nesta terça mostra que o nível dos mares subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos em algumas partes do Pacífico. Em Atafona, o aumento foi de 13 centímetros no mesmo período mas, a má notícia fica para o futuro: o aumento esperado até 2050 é de até 21 centímetros, sendo 16 centímetros em média.

— Em todo o mundo, o aumento do nível do mar tem um poder incomparável de causar estragos nas cidades costeiras e devastar economias litorâneas. Os líderes globais precisam agir: reduzir drasticamente as emissões globais; liderar uma transição rápida e justa para o fim dos combustíveis fósseis; e aumentar massivamente os investimentos em adaptação climática para proteger as pessoas dos riscos presentes e futuros — disse o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

De acordo com pesquisas, o aumento do nível do mar é consequência do aumento das temperaturas, que causa o derretimento das calotas polares. À medida que o aquecimento aumenta e o gelo derrete, o mar sobe de nível.

Segundo a ONU, as ilhas do Pacífico são excepcionalmente expostas pois as temperaturas nos mares da região estão subindo muito mais rapidamente do que as médias globais. No local, a elevação média é de apenas um a dois metros acima do nível do mar. Cerca de 90% da população vive a apenas 5 quilômetros da costa e metade da infraestrutura está a 500 metros do mar.

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