Produção de petróleo irá subir mais do que a demanda nos próximos anos, diz AIE
Economia, Negócios e Desenvolvimento
Publicado em 14/08/2024

Embora a demanda em economias avançadas tenha mostrado sinais de força nos últimos meses, nos países fora da OCDE, cresceu no ritmo mais lento desde 2020

 

O crescimento da demanda global por petróleo deve desacelerar para menos de um milhão de barris por dia neste ano e no próximo, com uma contínua desaceleração no consumo da China impactando as perspectivas, disse hoje a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório.

A organização estima que a demanda global crescerá para 970 mil barris por dia em 2024 e para 953 mil barris por dia no próximo ano, um pouco abaixo das estimativas anteriores de 974 mil e 979 mil barris por dia. A demanda total deve ficar em uma média de 103,1 milhões e 104 milhões de barris por dia este ano e no próximo, respectivamente.

No 2º trimestre deste ano, a demanda global aumentou para 870 mil barris por dia, com uma forte temporada de calor nos EUA elevando a demanda por gasolina, enquanto os combustíveis industriais e as matérias-primas petroquímicas na Europa e na Ásia tiveram uma recuperação moderada, segundo a agência.

Embora a demanda em economias avançadas tenha mostrado sinais de força nos últimos meses, nos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cresceu no ritmo mais lento desde 2020 no segundo trimestre, com o consumo da China contraindo-se para 110 mil barris por dia.

"Uma mudança significativa nos fatores está se tornando aparente", afirmou a AIE. "O crescimento fraco na China, após o aumento pós-pandemia em 2023, agora afeta significativamente os ganhos globais."

As projeções globais da AIE ainda estão substancialmente abaixo das da Opep, mas as previsões sobre a China refletem as do cartel. Em seu último relatório, publicado ontem, o grupo de países produtores de petróleo cortou ligeiramente sua previsão de crescimento da demanda do combustível para 2,11 milhões de barris por dia este ano e 1,78 milhão de  barris por dia no próximo, citando a expectativa de enfraquecimento da segunda maior economia do mundo.

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