“Caminho do Mar” é a terceira obra do autor e poderá ser argumento de filme
Por Arnaldo Garcia
O jornalista e escritor José Inácio Werneck lança no próximo dia 27, às 19h, na Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572 – quase esquina de Aníbal de Mendonça), o seu terceiro livro. Trata-se de um romance que tem a Copa do Mundo de 1978 como pano de fundo e retrata bem os acontecimentos da década de 1970, como a repressão da Ditadura Militar, a reação à esquerda e o cotidiano de sexo e drogas. Até a máfia comandada por Tommaso Buscetta tem espaço na obra.
O livro é prefaciado por Juca Kfouri e apresentado por João Máximo, duas feras do jornalismo e contemporâneos do autor, que tem longa o passagem pelo Jornal do Brasil, além ter atuado na BBC de Londres, ESPN Internacional, ESPN Brasil, TV-E, Última Hora, Jornal dos Sports, Gazeta Esportiva, Lance!, Direto da Redação e Estado de São Paulo. Werneck escreveu com Maurício Sherman o roteiro do documentário “Copa 78: o poder do futebol” e traduziu livros como “Assassinato no Beco” de Agatha Christie. Esta é quarta obra de Werneck, que anteriormente escreveu “Com esperança no coração: os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos” (Augurium, 2004) e “Sabor e mar” (Revan, 2005).
“Caminho do Mar” nasceu depois de uma conversa entre o autor e o produtor cinematográfico norte-americano, David Walsh, que encomendou a obra, que possivelmente servirá para como argumento de um filme totalmente rodado no Rio de Janeiro, e a ser levado ao Netflix.
“A história começou depois de conversas com José Inácio Werneck, meu colega de longa data na ESPN Internacional, sobre a vida no Rio de Janeiro na década de 1970, quando ele era um célebre colunista do Jornal do Brasil. A ideia era criar uma história fictícia sobre uma mulher que chega ao Rio, buscando uma nova vida e acaba se tornando uma repórter de esportes na tv, na época da Copa do Mundo de 1978, coincidindo com a Ditadura no Brasil, protestos estudantis, sequestros políticos e drogas na América Latina, afirma David Walsh.
Ao recomendar o livro, numa certa altura do prefácio, destaca o jornalista Juca Kfouri: “Este livro delicioso, que mistura ficção e realidade, personagens com seus nomes reais e outros sob disfarces identificáveis por que os conheceu, mergulha na vida do Rio de Janeiro para, num só fôlego, algemar o leitor da primeira à ultima página. Sexo, futebol, política, mistério, intrigas, suspense, surpresas, amarrados em texto de mestre daqueles fáceis de ler porque Werneck escreve como conversa. Até quando aterroriza, é com delicadeza”, elogia Juca.
Na bem humorada apresentação da obra, o também jornalista João Máximo faz uma viagem no tempo para ressaltar a competência e a sagacidade do “Moderno”, apelido de Werneck “na mais influente redação de jornal daquele tempo (a do Jornal do Brasil). “Moderno” era mais constatação do que apelido, conta Máximo. Ele ressalta que o livro é um resgate dos tempos de que Jorge não era Benjor; que os Beatles ainda existiam e que o jornal da Condessa era tão moderno quanto ele.
Caminho do Mar – José Inácio Werneck – 16x23 – 156 páginas R$50,00 Lançamento dia 27 de junho – Livraria da Travessa – Visconde de Pirajá, 572 - Rio.