Alvinegro de coração, Eduardo Parente deixa o Americano certo do dever cumprido e assume a direção executiva do futebol do Leão do Parque Leopoldina
Por Arnaldo Garcia
Todo projeto precisa ter idealização, materialização e gestão. Parece receita de bolo, mas é assim que o Campos Atlético Associação entende uma nova fase para o resgate dos seus melhores dias. E, praticamente, no fundo do poço do futebol do Rio de Janeiro começou a pensar profissionalmente, dentro dos seus limites, uma nova investida visando a classificação para Série B2, ainda neste ano. E essa decisão deu-se em função da reversão de excluído da competição para a estreante, diante do União Central. A partir dessa vitória, o presidente Márcio Reinaldo resolveu ir com tudo e, para tanto, anunciou o nome de Eduardo Parente como diretor executivo do futebol.
Parente é aposentado, empresário e ex-servidor público municipal e um agregador contumaz. Ele tem uma visão vocacionada para as categorias de base, e o convite o animou muito, exatamente por isso. O Estadual da Série C é uma espécie de Campeonato Sub-23 e por conta disso vê a possibilidade de aproveitamento de vários jovens valores, principalmente do seu clube de coração, o Americano. E é do alvinegro que vem a primeira indicação do empolgado executivo: Guilherme Júnior, preparador físico.
Presidente Márcio Reinaldo (à esquerda) agora conta com o diretor executivo Eduardo Parente (Fotos: Divulgação)
O sonho do dirigente vai muito além de uma boa campanha e a consequente disputa da B2, ainda neste ano. Parente destaca a missão social do futebol, que traz consigo há muito tempo e também não passa pano em situações que viu no seu clube de coração e que não conseguiu vencer. Inicialmente ele explicou a mudança de cores:
- Bem, a minha vinda para o Roxinho não significa que deixei de ser torcedor do Americano. Primeiro, o presidente (Vagner Xavier) que me convidou está de saída; segundo, eu sou alvinegro mas gosto do Roxinho, e como desportista, aceitei um convite de um amigo. Aqui posso desenvolver a minha missão de prestigiar jovens, inclusive os que fizeram excelente campanha no ano passado pelo Americano e que não serão aproveitados. A “vibe” alvinegra é outra, pois briga para subir com muita competitividade. Aqui, tem pressão e correria, mas há uma paridade. Portanto, não entenda isso como uma crítica – disse Eduardo.
- Essa eu faço em relação à administração do futebol à distância. Não acredito em gerenciamento sem presença, principalmente na hora da tomada de decisão. Mas o meu clube de coração é grande e, por certo, triunfará. E, aqui, com a nossa humildade e convicções podemos ajudar um pouco o Roxinho - completou o diretor executivo.
O Campos indicou o Estádio Antônio Ferreira de Medeiros, em Cardoso Moreira, para mandar os seus jogos, mas já trabalha forte para atuar em casa, no Ângelo de Carvalho. A Série C será um campeonato praticamente sub-23, podendo ser utilizados de até cinco atletas com idade acima faixa na relação de jogo. O campeão e vice disputarão a Série B2 no segundo semestre deste ano.
