Faltando poucos dias para o anúncio da tabela do Estadual, clube vive momentos de incerteza e em busca um nome para dirigir os seus destinos
Faltando pouco dias para Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Fferj) anunciar a data da reunião do Conselho Arbitral que definirá detalhes e tabela da disputa do Estadual da Série A2, o sempre favorito ao acesso Americano vive dias de incertezas. Há um mês, o presidente Vagner Xavier oficializou a intenção de não continuar na direção do clube e isso acendeu as luzes amarelas no seio na família alvinegra, em relação a um nome que possa dirigir o “Maior do Interior”.
A decisão do mandatário não pode ser encarada com surpresa, pois desde o ano passado, quando assumiu importante cargo no Sindicado das Empresas Prestadoras de Serviços do Rio de Janeiro, ele já sinalizara que o afastamento aconteceria mais cedo ou mais tarde. E acontece mais tarde, ao findar o seu mandato, saindo pela porta da frente e sem dever nada a ninguém, ao contrário, não se sabe e logo será sabido, na prestação de contas, a ser analisada pelo Conselho Fiscal, qual é o montante que o Alvinegro deve ao seu presidente.
Com a saída de Vagner Xavier, terceiro presidente após 20 anos do comando de César Gama, os alvinegros responsa começam a se mobilizar para arrumar um nome capaz de substituir a altura o atual. Para tanto, uma reunião estava marcada para o início de março no auditório do Sicoob Fluminense, mas o encontro, organizado pelo ex dirigente, Marcus Luciano Alves, foi adiado sob a alegação de que ainda há muita gente curtindo as férias do verão fora da cidade. O objetivo dessa reunião era debater os principais assuntos do clube e tentar achar um nome de consenso para assumir.
Grande dificuldade
Todos os alvinegros, dos mais humilde aos mais bem aquinhoados tem plena consciência de que este nome não sairá assim, da noite para o dia. E, sem dúvida, o grande pecado cometido foi não ter os segmentos do clube buscado, há um ano, quando da sinalização de saída de Vagner Xavier, um nome, ou melhor, um projeto capaz de viabilizar o futuro do clube. Sim, todos tem consciência que o atual modelo em que o presidente é obrigado a pagar as contas faliu, está completamente ultrapassado. Daí a necessidade de um projeto viável, que por si só dependerá de um grupo de pessoas, imbuído a desenvolvê-lo da melhor forma possível.
Faz anos que o Americano não deixa de agregar uma taça ao seu seleto universo de premiações. E isso aconteceu nos últimos três anos, não por falta de trabalho e dedicação, mas por contingência do desporto. A saída de Vagner da presidência não significará a sua saída do clube, “como outros fizeram”, lembra ele, que deu início ao processo de criação da Sociedade Anônima do Futebol alvinegro, única sinalização de futuro próspero ou, ao menos, sobrevivência. Nesse processo, que poderá continuar sob a coordenação do Vagner, caso o novo nº 1 queira, o Americano repassaria 70% do seu futebol. Neste momento, a fase é de documentação, após aprovação interna e trâmites estatutários.
Antigos nomes
Sem dúvida alguma, e não poderia deixar de ser diferente após 20 anos com um único presidente, novos nomes surgiram a começar por Luciano Viana, que assumiu num momento de transição administrativa e geográfica, passando pelo advogado Carlos Abreu até chegar a Vagner Xavier. Mas, o momento indica que a fábrica de novos nomes se esgotou, e aí muito se fala em nomes do passado. Uma ala antiga do clube, e aí inclui-se parte de torcedores, tem preferência pelo ex presidente, Edson Carvalho Rangel, que foi um grande presidente, inclusive com conquistas nacionais, mas rejeitado por outra parte, por ter sido um dos principais protagonistas da negociação envolvendo o Estádio Godofredo Cruz.
O outro nome que é bem comentado, também numa volta ao passado - só que mais recente - é o de Luciano Viana. Este rejeitado por alguns “caciques” ligados ao ex presidente Gama, que alegam que Luciano não teria sido leal ao mandatário de 20 anos de poder. Mas, LV já afirmou por várias vezes que não tem a menor intenção de ser presidente de novo, alegando, inclusive, situação familiar, sem contar que atualmente está a serviço do Município na presidência da Fundação Municipal de Esportes. Ocorre que, existe um fato inusitado nessa história, pois enquanto ele não quer ser presidente, seu amigo e principal patrocinador da administração, Jaime Almeida, que inclusive doou um ônibus para o clube na época, quer que ele esteja novamente no cargo, prometendo, inclusive, um forte apoio caso isso aconteça.
Como se percebe, os próximos dias serão de muita expectativa, principalmente com o anúncio de um fato que pode ser relevante, por parte do ex presidente Edson Carvalho Rangel. Enfim, o “Maior do Interior” vive momentos de decisão e é bom lembrar que maio é logo ali, e serão várias partidas decisivas.
por Arnaldo Garcia